Conselho rejeita suspensão, mas adverte Jean Wyllys por cuspe em Bolsonaro.

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O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quarta-feira (5), por 13 votos a zero (uma abstenção), “censura por escrito” ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por ele ter cuspido em Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no plenário. O parlamentar pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (leia mais abaixo o que ele disse sobre a decisão).

No ano passado, quando a Câmara analisava o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, após votar contra o afastamento da petista, Jean Wyllys cuspiu em Bolsonaro, e o Conselho de Ética abriu um processo para apurar o caso.

O relator do processo, o deputado Ricardo Izar (PP-SP) havia proposto como pena a suspensão do mandato de Jean Wyllys por 30 dias, mas o parecer foi rejeitado por 9 votos a 4. Após a rejeição do relatório, a comissão aprovou um parecer alternativo, apresentado por Júlio Delgado (PSB-MG), que recomendou a advertência ao deputado do PSOL. Para Delgado, o cuspe representou uma “ofensa moral”, mas não foi premeditado. Entre os integrantes do conselho, há divergência sobre se, após a advertência ser enviada ao deputado, o caso será encerrado ou seguirá para plenário.

O que disse Jean Wyllys

Após a decisão do conselho, Jean Wyllys divulgou uma nota na qual afirmou que a tentativa de cassar o mandato dele “fracassou” em razão da mobilização da sociedade e do apoio de artistas e movimentos sociais e de direitos humanos contra a tentativa de “alguns homofóbicos”, da “bancada fundamentalista” e de aliados de Eduardo Cunha de “calar a voz” dele.

O deputado afirmou, ainda, que “a pressão social valeu a pena”. Para ele, o fato de não ter sido suspenso foi uma “vitória da democracia”.

“No dia da sessão do impeachment, tive uma reação espontânea, humana, contra os xingamentos e agressões que há anos recebo na Câmara por conta da minha orientação sexual e das minhas posições políticas. Nunca antes na vida tinha cuspido em alguém (e não é a forma em que eu costumo agir, nem na Câmara, nem na minha vida privada), mas sou humano, tenho sangue nas veias, e o grau de violência, desrespeito e ofensas que recebo desde que estou deputado é intolerável”, declarou o deputado. “Sou permanentemente difamado. Inventam projetos de lei que jamais apresentei, coisas que eu jamais disse, ideias que não são minhas, e até editam minhas falas e fazem circular vídeos fraudulentos para me injuriar e caluniar”, completou.

Por G1 Brasília via CRN

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